terça-feira, 20 de novembro de 2007


Paixão


Embriago-me por teu corpo
tua aura
teu perfume.

És feiticeira
e Musa
(ao mesmo tempo).
Exerces em mim
poder transcendental.

Embriagado
desligo-me de tudo
viajo pelos cosmos
demito-me da rotina.

Assumo plenamente
o sonho
(e o prazer).

Consagro-me
e basto-me
possuindo-te...

(Júlio Garcia – 1995)

Poema

Apartheid Social

São milhares, são milhões
os moribundos sociais
as chagas estão abertas
no país dos desiguais.

Estão por toda parte
são multidões ... indigentes
nas favelas e nas vilas
ou nos guetos deprimentes
(causados pelo ‘apartheid’
da ‘sociedade’ ... indecente).

Olha só, meu companheiro
no que virou este povo:
são retalhos, fragmentos
-de vidas que se esgotaram
são pessoas maltratadas
-que de viver já cansaram.

Sorte cruel. Mas, será mesmo
‘sorte’? Mais uma vez vamos nós
culpar de novo o destino?

-Vamos ser mais conseqüentes,
cobrar das autoridades
uma atitude decente
que acabe com o desatino!

O que iremos fazer?
Ficar de braços cruzados?
Ou agir como cidadãos?

-Recuperar nossos sonhos,
ter coragem
ter visão
-deixar de mediocridade
reerguendo esta Nação!

-Pois assim, já não dá mais.
São milhares, são milhões
os moribundos sociais.

-As chagas continuam abertas
no país dos desiguais.

(Júlio Garcia – 1995)